História
Podemos dividir a história da Ciência Forense em duas partes: antes da Renascimento (Antiguidade e Idade Média) e depois (História Moderna).
Antiguidade e Idade Média
No mundo antigo, havia muita falta de prácticas forenses, o que ajudava muitos criminosos a escapar impunes. Investigações criminais e julgamentos baseavam-se só em confissões forçadas e testumunhas. Porém, histórias antigas revelam que já então eram utilizadas técnicas que pressagiam conceitos da ciencia forense desenvolvidos séculos mais tarde, como a Lenda de Arquimedes (287–212 ac).
Segundo a lenda, Arquimedes teria provado que uma coroa não era toda feita de ouro, tal como um vendedor afirmava, usando inúmeros princípios da Física.
Há muita discussão sobre a data e o local do nascimento da Ciência Forense mas alguns historiadores afirmam que foi na china, durante a dinastia Tang. No século VII, Ti Yen Chieh tornou-se famoso por utilizar a lógica e provas forenses para resolver crimes.
O primeiro livro onde se pode verificar o uso da medicina e da entomologia para resolver casos criminais é atribuido ao livro de Song Ci, chamado "Colecção de casos de injustiças rectificadas", de 1248. Numa das situações descritas no livro, uma pessoa teria morrido com uma foice; o caso foi resolvido quando foi pedido a toda a gente que troxessem as suas foices para o mesmo local. As moscas, atraídas pelo cheiro a sangue, acabaram por acumularem-se todas numa só foice. À luz dos acontecimentos, o assassino confessou. O livro mostra também como distinguir morte por afogamento (água nos pulmões) ou por estrangulamento (cartilagem do pescoço partida).
História Moderna
No século XVI, médicos do exército e em universidades começaram a reunir informações sobre causas da morte. Ambroise Paré, um cirurgião do exército francês, estudou os efeitos de uma morte violenta nos órgãos internos. Dois cirurgiões italianos, Fortunato Fidelis e Paolo Zacchia, fundaram a patologia moderna ao estudarem as mudanças que ocorrem na estrutura do corpo como resultado de uma doença. No final do séc. XVIII, escritos sobre estes tópicos começaram a aparecer. Isto incluia: Um Tratado sobre Ciência Forense e Saúde Pública do físico francês Fodéré, e O sistema completo da Medicina legal, escrito pelo perito médico alemão Johann Peter Frank.
Em 1776, o químico sueco Carl Wilhelm Scheele desenvolveu uma maneira de detectar arsénio em corpo, porém só em grandes quantidades. Esta investição foi expandido em 1806pelo químico alemão Valentin Ross, que aprendeu a detectar veneno nas paredes do estômago das vítimas, e pelo químico inglês James March, que usou processos químicos para confirmar que a vítima teri8a morrido com arsénico em 1836, num julgamento por homicídio.
Dois exemplos mais recentes de Ciência Forense em processos jurídicos individuais mostram o uso mais frequente da lógica e de procedimentos em investigações criminais. Em 1784, em Lancaster, Ingleterra, John Toms foi acusado de ter morto Edward Culshaw com uma pistola. Quando o corpo da vítima foi examinado, o chumaço da arma encontardo na ferida da cabeça correspondia na perfeição a um pedaço de jornal que Toms tinha no bolso. Em Warwick, Inglaterra, em 1816, um lavrador foi acusado de matar uma criada. Ela tinha sido afogada numa poça e apresentava marcas de assalto violento. A polícia encontrou marcas de calçado e uma impressão de um tecido com um remendo na terra húmida perto da poça. Havia também espalhado no chão grãos de trigo e farelo. As calças de um lavrador que tinha andado a debulhar trigo perto foram examinadas e correspondiam na perfeição à impressão encontada na terra.
No século XX, vários patologistas britânicos, Bernard Spilsbury, Francis Camps, Sydney Smith e Keith Simpson, seriam pioneiros em novos métodos forenses em Inglaterra.